Um pouco de Jiu-jitsu e empoderamento feminino, entre outras coisas

Oi gente! Tudo beleza?

Paguei a inscrição do campeonato (thanks God!). Agora é esperar meu RG novo ficar pronto para eu poder mandar os documentos para a CBJJE e confederar. Ele já era jurássico (nem tanto vai, tinha dez anos), já não me reconheço na foto, quem dirá a pessoa que vai receber meus documentos... Já pensou se por causa disso eu não me confedero? Cruzes, que horror, melhor nem pensar... Por isso, me submeti à tarifa abusiva de quase 32 reais e fiz a segunda via.

Devido ao feriado, eu treinei apenas uma vez nessa semana, Já senti muita falta. Só nesse tempo em casa, pois sou sedentária fora do tatame (nada de exercícios físicos ao ar livre pra mim), eu já senti diferença no gás... Acho que modificar a rotina já muda sua resposta no tatame também. Louco, porque eu estava super descansada, não tinha enfrentado o trânsito da cidade para chegar em casa e nem jantado correndo para estar na hora. Deveria estar 110% disposta, mas não... Porém, consegui tirar bastante proveito do treino.

Achei super fofo da parte do sensei  diminuir a quantidade de abdominais de aquecimento: de 50 para 30, olha que maravilha! Fiz confortavelmente. Não posso dizer o mesmo com os mergulhões e as flexões, mas fazer o quê né... Por ser mulher, eu tenho mais força muscular nas pernas, o que torna exercícios com os braços e ombros muito difíceis, por mais que eu treine.

Vieram poucos meninos, então o sensei se focou em mostrar situações de defesa pessoal. Achei muito pertinente isso. Principalmente para nós mulheres, o Jiu-jitsu é uma forma de nos sentirmos mais autoconfiantes. Atire a primeira pedra a mulher que nunca se sentiu incapaz de se defender de um possível ataque ou trocou de rota por apenas supôr que seria um caminho mais "protegido" ou ainda não saiu em determinada hora com determinada roupa sozinha por medo de "chamar a atenção" e ser atacada? Vivemos coagidas. Agora, se formos treinadas de forma que saibamos nos defender em uma situação de risco desarmado (friso o desarmado para reforçar a ideia de que golpe nenhum golpe é pário para uma arma de fogo, então, não reajam nesse caso, por favor!!!) podemos andar com a certeza de que se algo acontecer não estaremos a mercê da vontade do nosso atacante. Claro, eu ainda tenho muita coisa a para aprender para chegar nesse nível de empoderamento, mas só o fato de estar aprendendo já mudou bastante a minha postura: não ando com medo de chamar a atenção, mas mais alerta, observando os "suspeitos" discretamente e programando rotas de fuga. Tenho mais controle da minha mente e do meu corpo. Quer motivo melhor para começar a apender Jiu-jitsu ou outra arte marcial? Corre para um tatame, menina!!!

Fiz bastante exercícios de quedas também. Senti que estou lidando melhor com elas (sem gritos dessa vez) e estou lembrando de amortecer a queda batendo com o braço (na maioria das vezes). O pavor ainda tenho, mas consegui ficar sem externá-lo. Fiquei bem feliz, ainda mais quando foi a vez de eu aplicar as quedas e algumas delas saíram "bonitas", segundo o sensei, hehe... Quando estávamos treinando o movimento, eu sem querer derrubei meu colega de surpresa... Me senti muito horrível, afinal, ele não estava esperando. Então, meu primeiro reflexo foi soltar um "desculpa!" que foi censurado em seguida pelo sensei, visto que eu não tinha "colocado o dedo no olho de ninguém". Então tá, né. Tenho pena de fazer os meninos "sofrerem" ainda. É algo a ser corrigido.

O sensei se mostrou preocupado com um aluno que andou faltando aos treinos porque arrumou problema na escola. Ele foi super correto e falou muitas coisas legais para aquele garoto. Vejo o quanto ele tem amor pelo que faz e trata toda a equipe como se fosse filho/irmão, família mesmo. Outra coisa que o jiu faz, aproxima as pessoas, torna os agressivos mais calmos, os isolados mais comunicativos e por aí vai...

Para fechar, aconteceu algo estranho no final do treino. Depois de falar bastante com a gente, o sensei encerrou o treino e  durante os cumprimentos ele falou "esqueci de fazer uma coisa hoje. Mas no próximo treino eu faço, senão vai atrapalhar o físico de vocês". O que será? O meu parceiro de treino disse que pode ser meu primeiro grau chegando! Vamos aguardar e confiar, haha.

Oss!



Comentários

  1. Parabéns por suas conquistas, você é um exemplo.

    Acho que a discussão sobre direito à defesa vêm sendo muito limitada ao instrumento de defesa "arma de fogo" enquanto a questão das habilidades de defesa é pouco considerada. Acredito que mais divulgação de sua prática teria um razoável impacto nas nossas tristes estatísticas relacionadas ao assunto. Ainda que levasse alguns anos para podermos observar.

    Além do óbvio papel que habilidades marciais têm no empoderamento (ô palavra feia) feminino, como você comentou. Por exemplo, um estudo de gênero que eu adoraria ver seria sobre estatísticas de violência contra a mulher comparando praticantes de artes marciais e um grupo mais "comum".

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