"... Fazer a Academia evoluir."

Oi gente! Tudo beleza?

O título do post de hoje é um trecho da conversa que o meu sensei teve com a equipe no meu último treino. Eu aprendi muito estando parada e o observando apenas... Nunca pensei que isso pudesse acontecer num dojo de Jiu-jitsu, um lugar onde se aprende a utilizar o corpo todo unido contra o adversário. Mas ontem eu aprendi com só com os ouvidos.

Chegando para o treino, percebi dois colegas nossos sem quimono e sentados fora do tatame. Eles se machucaram um pouco treino passado durante os rolas e vieram olhar o treino mesmo assim. Achei bacana da parte deles só esse gesto de interesse. Mas o sensei estava um pouco contrariado e mais tarde descobri a razão.

Começamos o treino normalmente, fazendo cinquenta "abomináveis abdominais" (quem souber quem inventou essa expressão me avisa para colocar os créditos, ela é incrível, haha), que eu não estava aguentando, mesmo com o super incentivo do sensei "quero subida total, Heloísa!" eu só respondia "50 não dá!" mas ele rebatia "dá sim!" e ficamos nessa até os abdominais terminarem (e continuei subindo menos, hehe) com a vitória da minha teimosia.

No meio dos exercícios de quedas, bateu a inspiração nele e ele pediu para a gente parar. Escutamos ele por muito tempo, não sei precisar o quanto, mas valeu cada minuto. Não vou conseguir transcrever tudo o que ele disse, mas a essência é: evolução não se resume treinar apenas quando se está 100%. Nas horas em que estamos debilitados é a melhor hora para colaborar com a evolução da Academia. Sabe como? Trazendo água para seu colega, por exemplo. Parece estranho, né? Mas, se esse tempo que você está parado for usado dessa forma ajudará seu colega que está treinando a aproveitar esses minutos para tirar uma dúvida, praticar mais vezes determinado golpe, enfim, vai ajudá-lo a evoluir. Seu parceiro evoluindo, você evolui também e a Academia evolui por consequência. Fora que mesmo contundido, a fala não se compromete (na maioria dos casos, lógico). Portanto, é possível auxiliar dando dicas de posição, de estratégia e muitas outras coisas... Resumindo, estar moderadamente lesionado não é desculpa para não vestir o Pano (nome carinhoso para o quimono) e subir no tatame. Os meninos não estavam a caráter e isso chateou o sensei... Até entendo a motivação dele, mas também compreendo que afinal, eles são só garotos ainda. Não têm esse tipo de mentalidade mais "madura", pela idade mesmo (lembrando que isso não é demérito, apenas uma fase normal do ser humano). Entretanto, acredito que com esse "sermão" do nosso querido sensei, a mente deles tenha se aberto mais.

Treinar, treinar, treinar e treinar, essa é a chave da evolução. Porém, existem inúmeras maneiras de se fazer isso. Eu já tenho essa consciência devido ter passado a adolescência toda treinando vôlei e agora com essa lição, vou cada vez mais internalizar o Jiu-jitsu no meu ser.

Bom, depois de todo esse aprendizado, o sensei aplicou algo que eu entendi como uma auto-avaliação. Ele questionou cada um de nós o seguinte: qual golpe você elegeria como o mais fácil de ser aplicado, que faria sem erros? Cada um foi dizendo e ele foi organizando as duplas. Eu, a última, não sabia o que responder. Pensava "mas não sei fazer nada direito ainda... Qualquer golpe que realizo ainda têm muitos erros... Como vou responder isso???". Acabei sem saber me decidir, mesmo o sensei dizendo os nomes de todos os golpes e eu correndo pelos meus arquivos mentais para achar o "modo de instrução" de cada um. Ele acabou pedindo para eu aplicar o Mata-leão mesmo. Treinar um mesmo movimento várias vezes é exaustivo, mas pelo menos me serviu para relembrar o golpe (ou reaprender, já que eu nunca sei se eu aprendi de verdade porque esqueci). Recebi várias americanas doloridas do meu parceiro Branco. É um golpe prático, preciso realmente aprender esse também.

Depois, aprendi uma variação de arm lock nas costas que eu adorei! Só não sei como vou conseguir chegar nas costas de alguém para fazer isso, haha... Coitado do meu parceiro Branco, levou umas bordoadas não-intencionais minhas. Mas ele teve a oportunidade de se "vingar" porque rolamos juntos depois.

O rola foi "pegado", como diz o sensei, não tive alívio em nenhum momento... Fui esmagada muitas vezes, mas conseguia escapar das finalizações, principalmente de arm lock. Acho que essa é a primeira coisa do Jiu-jitsu que posso dizer "sei fazer" (pena que é uma defesa e não cabia dizer isso naquele exercício, haha). Porém, não consigo ser ofensiva, nem chego perto de finalizar ninguém ainda. Ao menos depois de ontem eu tenho a convicção de que se eu não parar de treinar eu vou sim melhorar, vou evoluir.

Que a gente possa persistir sempre, em qualquer âmbito da vida.


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