O depois, as lágrimas e saber parar

Oi gente! Tudo beleza?

Cá estou eu novamente. Agora sim, entrei nos eixos com o blog. Bom, vocês devem estar pensando "mais um título dramático, lá vem...". Tudo bem, eu aceito, então vou tentar ser mais séria para equilibrar tudo.

Eu treino jiu-jitsu duas vezes por semana, com um dia de intervalo entre as duas aulas. Normalmente, é o suficiente para eu me recuperar. Mas o treino passado não foi normal.

Eu acordei na véspera com o joelho esquerdo horrível (fora as dores musculares, mas nem conto porque "já é padrão" como diz meu Amor)... Quando eu flexionava parecia que uma faca estava dentro dele, de tanta dor. Não conseguia andar direito, cheguei a mancar mesmo. Isso me deixou muito assustada. No fim do dia fui dormir depois de tomar um relaxante muscular (meu desespero foi tanto que até isso eu fiz). No dia do segundo treino, acordei milagrosamente com o joelho 90% bom, o que me animou a ir treinar.

Fui para o treino visivelmente cansada (meus olhos estavam opacos, cara de sono). Mas fui, mesmo que eu só ficasse olhando mesmo. Consegue-se aprender muito observando, porque dá para entender o golpe como um todo, além de aprender coisas novas, que o sensei ainda não teve oportunidade de passar agora, mas que alunos mais experiente já viram. Enfim, não seria uma hora e meia perdida, de jeito nenhum.

Chegando lá, semi-atrasada, só faltava eu para me juntar para o comprimento inicial. Ele iniciou o treino com um polichinelo intercalado com "polisapato" (não sei se isso é piada interna ou se existe esse nome mesmo para o exercício, haha). Minha coordenação estava pior que o normal e fiz umas coisas muito engraçadas com o corpo (mas, incrivelmente o sensei não tirou sarro). Pelo menos quando foi a minha vez de contar eu fiz direitinho, hehe.

Estava tudo indo até bem, até que ele decidiu mexer com o meu maior medo: a queda. Treinamos dois tipos, e todos tinham que fazer em todo mundo (salvo as restrições de peso e tamanho). Eu comecei a ficar muito nervosa, porque eu não sei cair direito ainda e o medo me deixa travada para conseguir "deixar o corpo cair". Eu comecei a chorar discretamente, mas acho que ninguém reparou porque já estava muito suada. Cheguei a bater a cabeça com tudo no tatame, mas não reclamei. Mas a última, que o menino realmente me tirou do chão e me jogou eu me assustei muito e descontrolei... O sensei até pensou que eu tinha me machucado mas eu disse que tenho muito medo de cair. Ele falou que é assim mesmo, que ele próprio tem medo também, mas é mais da batida no chão do que do "voo". Disse que era para eu trabalhar isso na minha cabeça. Mas eu ainda não sei como.

Fizemos as técnicas, duas variações da Botinha e eu, logicamente, não consegui aplicar muito bem, devo ter acertado uma vez cada golpe. Isso dói que é uma beleza, não quero ser pega com esse golpe nunca.

Os rolas foram legais até (fiquei o primeiro descansando, só comecei quando eles iriam para o segundo) ... Rolei com um faixa Verde bem pequeno e flexível... Consegui ser amassada por ele, claro (essa é a beleza do jiu-jitsu, tamanho e força não significam muita coisa sem a técnica). O triste foi quando finalmente eu tive a chance de finalizar ele com o Mata-leão, o sensei pediu para todos pararem (buááá!!). O segundo foi mais complicado: mesmo ele sendo faixa Laranja (uma abaixo da Verde), ele é mais forte e alto que o primeiro. Ele não fez nada agressivo comigo, só se defendeu (jogou na minha cara isso depois do rola, que raiva) mas eu estava exausta, não tinha mais gás nem para abrir a guarda dele. Ele vai ver só, quando eu estiver inteira... O sensei percebeu meu estado e não me deixou rolar mais, além de me dispensar do treino físico.

Eu sabia que não poderia continuar, mas me senti horrível, triste... Ainda fiquei vendo o treino uns dez minutos antes de ir embora. Queria ter feito, minha cabeça estava inconformada que meu corpo não obedecia. Quero continuar, mas sei que estou testando o limite do meu corpo e se eu passar dele, não sei o que pode acarretar de consequências. Eu realmente preciso saber a hora de parar. Chorei bastante no chuveiro (pelo menos lá eu não passo vergonha). Queria ter comentado sobre isso com alguém, mas não tinha ninguém disponível. Foi só eu comigo mesma. Sei que isso vai ser normal, estou correndo sozinha nesse caminho, no fundo. Preciso parar de querer sempre alguém de prontidão, porque isso é utópico (as pessoas têm as suas vidas, por mais próximas que elas sejam de você). É aí que a Fé precisa entrar, nem que seja a fé em você mesmo/a.

Espero que na próxima semana eu esteja melhor.




P.S: não consegui ser menos dramática. Mas é que é real. Coloco o que sinto e sou uma pessoa de sentimentos intensos.





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