Dias difíceis

Oi gente... Tudo beleza?

Ontem não foi um treino fácil, apesar de ter me saído melhor no aquecimento do que no treino passado. Feliz por estar aguentando bem fazer abdominais.

As técnicas foram até que simples: duas variações de estrangulamento. Fiz com um menino muito fofo faixa laranja. Ele me fazia tossir que era uma beleza e me deu razão quando eu disse que só do braço levando o cabelo já dá para bater de aflição (nós dois temos molinhas na cabeça, ele me compreendeu bem). Estourei meu cabelo todo nisso aí e meu pescoço sofreu um bocado (maravilhoso para quem está normal, imagina para quem se resfriou). Não conseguia raspar o pano do quimono na cara dele do jeito que sensei queria, achei muita maldade... Mas o mocinho fazia em mim e achei bom sentir o sufoco para não estranhar quando alguém o fizer em um rola.

Por falar em rola... lá vieram eles. A Iza veio de novo e tive que rolar com ela. Estava sem gás para trocar força (ainda estourada do treino passado somado ao resfriado) e ela me derrubou e me amassou bastante. Tomei um Ezequiel doído. No segundo rola com ela dei bobeira e acabei dando as costas para ela, de joelhos... ela me puxou para trás me estrangulando, fazendo dobrar meus joelhos... se eu não tivesse feito o movimento certo teria quebrado... Fora minha garganta, senti minha tiroide praticamente na minha nuca. Saí tossindo muito. Bebi água e voltei.

Depois foi com o outro faixa laranja (não o Fofo, mas o Bruto)... Ele foi me raspar e minha mão direita sobrou no chão, deixando todo o nosso peso sobre ela... ela meio que "dobrou", não sei explicar... Comecei a sentir o mindinho e o anelar. Paramos. Buscaram gelo para mim enquanto fui para um canto do tatame sentar e observar.

Não fiz mais nada. Meus pensamentos borbulhavam e as lágrimas quase saíram (se saíram, elas se misturaram com o suor, então acredito que não perceberam): "se eu quebrei, não vai ter como minha mãe não perceber e ainda vou ouvir muita bosta altos sermões", "fui péssima hoje, você é uma farsa", "só quero ir embora", "se já está assim, imagina com os treinos para competição? Sem chance"... Enquanto o isso o pessoal fazia mais rolas.

Outra pessoa se machucou.

Então o sensei desistiu da ideia dos 30 minutos de rola e começou a relembrar posições com meus colegas. Fizeram um tal de "chapadão" no tatame e um exercício de força, arrastando o colega pelo tatame. Gostaria de ter feito todos, mas o medo de algo ruim ter acontecido com a minha mão me travou. Terminado o treino eu saí "à francesa", só querendo a minha cama. É pessoal, não sabia que a minha "maré baixa" nos treinos viria tão cedo.

Vou esperar o decorrer das semanas, o resultado dos exames de aptidão física e o parecer do cardiologista para informá-los sobre minha situação como atleta. Pelo que eu pude notar, acredito que passarei. O problema agora é a minha cabeça.

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